terça-feira, 5 de julho de 2011

Segundo Reinado – Texto Resumo

Segundo Reinado – Texto Resumo


O Segundo Reinado iniciou-se com o Golpe da Maioridade, movimento investido pelo partido liberal que tinha como objetivos sufocar as rebeliões regenciais e ter maior controle político no país. Estendeu-se de 1840 até 1889, quando foi proclamada a República por Deodoro da Fonseca.

Eleições do cacete foi o nome dado à ação dos liberais durante as votações para beneficiarem-se nas urnas.

D. Pedro II investiu na pacificação das revoltas regenciais, dando anistia aos políticos envolvidos nos conflitos. Tentou conciliar os partidos liberal e conservador, que embora se mostrassem dois partidos distintos eram, na verdade, muito parecidos, tendo em vista que suas ideologias baseavam-se nos mesmos princípios de poder. Foi adotado o parlamentarismo, dividindo o cargo de Primeiro Ministro entre os dois partidos, caracterizando o “Parlamentarismo às avessas” desse período.

Envolveu-se em conflitos platinos, sobretudo na Guerra do Paraguai. Assim como na Questão Christie, que condizia à prisão de marinheiros ingleses acusados de causarem “bagunça” nos portos brasileiros o que levou a um conflito diplomático entre Brasil e Inglaterra.

Quanto à Guerra do Paraguai que resultou na destruição econômica e social do mencionado país, foi um dos marcos que levou a ruína da Monarquia brasileira. O Paraguai desde sua independência, em 1811, investiu em sua indústria e economia, boicotando os produtos ingleses, o que levou ao desgosto destes perante aqueles. Tanto por influência inglesa, quanto à ideia de poder militar e econômico que os países platinos investiam sobre a América do Sul para terem seu reconhecimento, foi dado o início da Guerra do Paraguai. Por conta de uma dívida não paga, o Brasil invadiu o Uruguai, destituindo o presidente vigente e pondo um a seu favor. Solano Lopez, presidente paraguaio e aliado do ex-presidente uruguaio, declarou guerra ao Brasil no ato da captura de um navio brasileiro mercantil. Foi formada a Tríplice Aliança – Brasil, Argentina e Uruguai – que se uniu com o objetivo de enfraquecer o Paraguai. De fato conseguiram seus objetivos, mas os quatro países saíram arrasados da guerra, principalmente o Paraguai. O único favorecido nessa história foi a Inglaterra, que conseguiu quebrar a economia Paraguaia e fornecer empréstimos aos países da Tríplice Aliança.

Devido à guerra, os cofres brasileiros quebraram. Grande parte dos combatentes de guerra eram escravos “emprestados” dos grandes senhores de café que ao final do combate fugiram para os quilombos. Revoltados pela perda da mão-de-obra os grandes cafeicultores partiram para cima do governo que se viu obrigado a recrutar os militares para recuperam os escravos fugitivos. Contrariados com sua má posição social e pelo fator “auxílio” dados pelos mesmos negros durante a guerra, os militares se recusaram a capturar os homens que, muitas vezes, haviam lhes salvado a vida em combate.

Aliado a estes problemas, o clero não dava mais apoio ao governo devido ao seu posicionamento contrário à maçonaria, aliada de D. Pedro II. Os representantes clérigos do Brasil não podiam obedecer às regras do Papa sem autorização do monarca, revoltados, contrariaram a lei e mandaram prender dois representantes da maçonaria. O governo tratou de reprimir o movimento.

Ainda por cima da Guerra do Paraguai, além da perda dos escravos fugitivos da guerra, os grandes cafeicultores revoltaram-se contra a monarquia devido à falta de mão-de-obra, uma vez que o fim da escravidão já se encaminhava e o fim do tráfico no oceano Atlântico já havia sido declarado pela Lei Eusébio de Queirós em 1850.

O fim da monarquia brasileira foi a união de diversos fatores: a quebra da economia devido, principalmente, pelos gastos públicos com a guerra do Paraguai; a questão militar em prol de seu reconhecimento social e sua negação à captura dos escravos fugitivos da guerra; a questão do clero que era contra a maçonaria, aliada da monarquia; a questão dos grandes cafeicultores que eram quem davam o maior suporte ao governo prejudicados com o fim da escravidão em 1889. A proclamação da República foi um ato sem participação popular ocorrido um ano depois da abolição da escravidão, lideradas por Deodoro Fonseca as tropas cercaram o palácio imperial e de forma pacífica pediram a retirada de D. Pedro II e sua família do país. A população que assistiu à proclamação à mercê do desconhecimento não obteve mudanças em sua estrutura, a economia ainda estava nas mãos dos grandes cafeicultores que agora, mais do que nunca, se beneficiariam com a República.

Fatores positivos são encontrados durante o Segundo Reinado, marcado pela Guerra do Paraguai e pelo controle dos cafeicultores, tais como o início da investidura à industrialização, uma vez que os mesmos cafeicultores, com lucros excedentes, passaram a investir-los na área comercial e industrial, sobretudo no Rio de Janeiro e São Paulo. Assim como a aplicação na indústria, os lucros dos cafeicultores foram também direcionados à construção das ferrovias, com o objetivo de escoar a produção no interior do país, principalmente para o porto de Santos para a exportação.

A questão latifundiária ainda era marcante, sobretudo com a criação da Lei de Terras que permitia a compra de lotes de terra e que determinava o registro das áreas já ocupadas em cartório. Em suma, apenas aqueles que detivessem grandes somas de dinheiro poderiam ter terras, o que dificultou ainda mais a questão agrária. A Lei de Terras tinham também por objetivo impedir que os imigrantes tivessem terras e deixassem as grandes fazendas cafeicultoras e assim enfraquecessem o comércio cafeicultor.

O início do fim da escravidão, ou seja, seus primeiros passos foram essenciais para o início da imigração para o Brasil. Levas de japoneses, alemães, italianos e portugueses vieram ao país em busca de terras com suas famílias inteiras a partir do sistema de parcerias, no qual a família migrante tinha suas despesas de viagem todas pagas pelo cafeicultor, mas ficava presa à terra durante anos para suprir o dono. Somam-se a isto as péssimas condições desses imigrantes, e logo a taxa de imigração reduziu-se.

A Lei Alves Branco foi o incentivo maior à industrialização brasileira, uma vez que quebrou os pactos que o Brasil tinha com a Inglaterra ao incluir valores maiores aos impostos de importação, incentivando ao desenvolvimento industrial do Brasil. Uma das consequências dessa lei foi as Obras de Mauá, cafeicultor que passou a investir no comércio, na parte ferroviária e naval, alavancando o desenvolvimento brasileiro.

A abolição ocorreu lentamente a partir das ideia de Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e Visconde de Rio Branco. Em 1845 a Inglaterra declara oficialmente a partir da Lei Bill Aberdeen o fim do tráfico com o policiamento dos mares, no Brasil tal medida só foi tomada em 1850 com a Lei Eusébio de Queirós assinada pelo Visconde de Rio Branco, que proibia qualquer tráfico no Oceano Atlântico. Em 1871 foi aplicada a Lei de Rio Branco ou também conhecida como Lei do Ventre Livre que determinava que todo filho de escrava nascido no Brasil tinha sua liberdade ao nascimento, porém tal medida não foi bem intencionada, uma vez que a criança recém nascida é obrigada a permanecer ao lado da mãe até, pelo menos, os 8 anos, logo trabalhando nesse período. Outra lei, a de Saraiva - Cotegipe ou Lei dos Sexagenários determinava que todo escravo acima de 60 anos teria liberdade, porém esses escravos, quando chegavam a essa idade, estariam liquidados, logo dependentes de seus senhores e de sua família. Finalmente em 1888, a princesa Isabel acima a Lei Áurea que determina o fim da escravidão. Um ano depois a monarquia é extinta.

Durante o Segundo Reinado, o governo envolveu-se em dois confrontos: a Guerra do Paraguai e a Revolução Praieira. Esta última ocorreu em Pernambuco entre 1848 e 1849 após o presidente da província, Chinchorro – liberal –, ser destituído do poder pelos conservadores. O partido da Praia, denominação dada ao partido liberal criado na província, rebelou-se e teve apoio popular. Porém este mesmo apoio foi o que culminou em seu final, uma vez que os liberais lutavam pela tomada de poder e os populares pelos melhores condições e pelo fim do voto censitário.

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